Uma Década em Oito

Oi galera, tudo bom?

Esse post vai ser um pouco mais sério. Estou há um pouco mais de um mês de fazer 30 anos "oficialmente". Rsrs, escrever 30 é engraçado...

Eu usei oficialmente em aspas de propósito. Na verdade eu já me sinto com 30 desde o fim dos 28 anos. Mas o 30 a que me refiro não é de estar mais velho, mais decrépto (até porque a minha verão 30 está com um design melhor que a dos 20!), mas sim porque foi mais ou menos no fim de 2007, quando eu tinha 28, que um ciclo começou a se encerrar. E cada ciclo que fechamos, levamos uma carga maior de maturidade e autoconhecimento (com hífen ou sem hífen???). E esse ciclo começou a terminar justamente com minha saída de Manaus em Setembro de 2007, e encerrou de vez quando parei aqui em Brasília, em Agosto de 2008.

Se terminou mais cedo (ao 28) começou depois dos 20. Desde que passei a me ligar nessa coisa de autoconhecimento, penso sempre nos caminhos que tenho percorrido, e naqueles momentos que foram transformadores. Meus 20 começaram oficialmente aos 21, quando fiz intercâmbio para a Inglaterra. Aquele foi um grande divisor de águas. Quando lembro do pessoa que foi, da que voltou, vejo o quanto aquele período de 9 meses, no ano de 2000, marcou.

Eu lembro a reação das pessoas quando disse que ia passar um tempo fora de casa... muita gente não acreditava que eu, menino bom, certinho, fosse aguentar tanto tempo longe da casa dos meus pais, longe do comforto por muito tempo. "Você tem certeza??", "Você vai sofrer muito". Eram algumas das coisas que eu ouvia. Mas quem nasceu sob signo de fogo ("sou ariano torto, vivo de amor profundo...") encara desafios numa boa. Na volta sabia o que queria e onde queria chegar.

Dos 15 aos 20 eu foquei minha energia num objetivo:fazer esse intercâmbio. O que fazer? meus pais não viram com bons olhos na época que manifestei vontade de ir. Então usei o inglês para conseguir um emprego e junatr grana para ir. e ai foram... 5 anos juntando grana... mas agradeço também a papai fela força... ele viu o quanto eu queria e me ajudou, senão seriam pelo menos mais 2 anos juntando grana...

Mas dessa época só lembro desse grande objetivo. De resto segui o fluxo natural das coisas. Vestibular, faculdade, blah blah blah. Mas na Inglaterra eu comecei realmente a pensar em quais seriam meus próximos passos... sabia que queria ser diplomata... mas que passos dar para chegar lá? Também saquei que queria ser independente... tinha que construir uma carreira sólida... então tinha que me formar... mas eu nem gostava de engenharia... mas se eu quisesse sair da Paraíba e ter acesso a um centro urbano que me desse condições para estudar para passar nesse concurso me formar em engenharia era a solução mesmo... a Inglaterra era legal, tive oportunidade de ficar lá, mas eu já tinha traçado meus objetivos e voltar era o caminho.

Voltei ao Brasil em Novembro de 2000. Voltei a dar aulas no CCAA, agora ganhando mais por causa do intercâmbio. De volta aos estudos. Poutz, quanto cabelo caiu da minha cabeça, quantas noites em claro... todo dia ia no fluxograma do curso e contava quantas disciplinas faltavam para terminar o curso. De 2000 até 2003 eu basicamente ralei nos estudos e no trabalho. As vezes dava vontade de chutar o pau da barraca... quase sem férias, dores de cabeça por causa do cansaço, mas quando eu ponho algo na cabeça sai de baixo - ao menos nos meus projetos pessoais, porque no amor... Mas nesse período conheci muita gente bacana também, as pessoas com quem eu passei a andar na faculdade era muito legais, no CCAA fiz amigos pra vida toda... tanto que no dia 17 de dezembro de 2003, depois de ter encerrado todas as disciplinas na faculdade, anunciei no CCAA que estava saindo para tentar estágio foram de Campina Grande... chorei naquele dia, 8 anos de CCAA não foram brincadeira não. E na minha formatura também, em Julho de 2003, gritei muito também, porque aquela etapa eu tinha vencido !!!!! Depois que recebi a última nota, sai gritando no Depto. de Elétrica "ACABOU, ACABOU ESSA PORRA"... caraca...

Agora eu tinha que começar uma vida longe do conforto dos meus pais. Eu queria ser independente, crescer profissionalmente, e chegar em uma cidade onde eu pudesse me dedicar a um projeto maiso ainda: a diplomacia. Veio 2004, minha tempora em Recife. Durou apenas um ano. Mas foi muito especial. Primeiro,nunca tinha trabalhado 8 horas num dia antes. Homi, lembro da sensação de esgotameto... mas meu trampo em Recife doi TDB (tudibom). A galera era fantástica, eu ia com alegria para lá. Além disso, tive a experiência de dividir apê com outras pessoas, e pessoas que eu já conhecia e curtia muito. 7 pessoas num apê de 3 quartos, pense!!! Essa também foi minha fase colchão no chão e meu sonho de consumo era uma máquina de lavar roupa, porque lavar no tanque era um saco!!!! Mas tudo é aprendizado né??

Ahhhh, agora podia cuidar do corpo também. Entrei numa academia, finalmente. Homi, meu índice de gordura nessa época era de quase 30%. Toicinho puro. Vou mostrar a foto de como eu era em um post próximo. Lembro que 3 minutos de corrida eu quase tive uma turica.

Recife marcou muito. Mas não podia ficar lá para sempre. Ai veio Manaus. Fundação Paulo Feitoza. Poutz, lembro da seleção, de 2 a 4 de Nov.de 2004 (e na sexta dia 4 de Nov ainda participei do aniversário da FPF de graça do Fellice, todo tímido na mesa com a galera lá - com a galera que seria minha família em Manaus logo em seguinda...). E depois disso, dia 3 janeiro de 2005 estava eu indo a Manaus... essa temporada foi a que mais marcou. Recife eu estava perto dos meus pais, mas Manaus... e pensar que eu dizia que nunca moraria no norte.

Os 2 anos e 8 meses que fiquei em Manaus foram FANTÁSTICOS, EXCELENTES, MARAVILHOSOS... foi um período que marcou demais, cresci muito lá, tanto profissionalmente como pessoalmente. TE AMO MANAUS!!!! É um lugar que sempre farei questão de voltar sempre que der. Mas falar desse período não cabe aqui, preciso de outro post para falar desse período.

Mas como tudo tem um fim, em 2007 eu já sentia que profissionalmente Manaus já tinha dado o que tinha de dar. Fora o lance de que todo mês alguém ia embora (quando Glauce foi embora em Setembo de 2006, várias pessoas foram ao aeroporto... quando eu fui embora apenas 3 apareceram, porque a galera já tinha toda partido, rsrsrsrs). Foi nesse período que eu estudei para a anac, que foi o que me trouxe a Brasília. Mas não passei de cara, entrei apenas na lsta de espera.

Eu quis me prender a Manaus por motivos pessoais (hoje vejo que teria feito uma grande burrada se tivesse permanecido fiel a promessa de ficar que eu fiz). E tentei crescer por lá. Tentei especialização, mestrado, outros empregos... tudo deu errado... dai eu mandei currículo para a CPM esperando que desse errado ... mas deu certo... fiz uma entrevista em inglês que foi um fracasso porque a ligação estava tão ruim que eu não entendia o que as pessoas falavam... mas deu certo... era pra ser... tinha de sair de lá. Para completar, dia 31 de agosto de 2007 a FPF, mal das pernas, me dispensou.

Mas aquilo não me chateou, muito pelo contrário. Me libertou, chorei muito, mas de alegria. Era o sinal que eu precisava para encerrar aquele capítulo, para encerrar essa década. Claro... eu sentiria muita falta dos amigos, aidna mais quando minha vida social estava melhorando de novo. Mas dia 26 de Setembro de 2007 embarquei para Porto Alegre, para rever Marcy, Glauce, Karina, Guilherme, Kenia e Thiago... e ininicar uma nova vida. Do norte para o sul.

A temporanda Porto Alegre foi muito curta, mas o tempo que fiquei lá foi muito bom. Curti bastante o Rio Grande do Sul também. E foi nesse curto período que minha amizade com essas pessoas se fortaleceu mais ainda... e eles sabem o porquê mas isso não cabe escrever aqui :D

De Porto Alegre aos Estados Unidos... 6 semanas lá... dos EUA ao Rio de Janeiro... mais uma curta temporada em outro lugar... nesse período comecei a repensar se queria mesmo ser diplomata... eu estava sempre viajando, sempre de malas arrumadas, sem um ponto de referência... mas estava num ótimo momento profissional. No pessoal muitas mudanças... algumas dolorosas, mas elas fazem parte do crescimento de qualquer pessoa.

Eu sempre declarei meu amor ao Rio também. Acho que foi a cidade (repito, a cidade) mais legal que morei. A cidade te convida a curtir a natureza, a praticar esportes. Foi ai que comecei a correr pra valer. Entrei num clube de corrida, e descobri que amo correr ( Viciado em endorfinas, aaaaaahhhhhhh!!!!!). Ah, nesse período meu índice de gordura já era de 10%. MEu colesterol totalmente sob controle. Pressão normalíssima.

Dia 8 de Junho de 2008 recebo notificação que tinha passado na anac. Estava em Porto Alegre, a Marcy do meu lado. E eu que dizia que da CPM eu seria aquele que apagaria a luz do projeto... tive que pedir as contas em uma semana... e na mais uma vez malas arrumada, Brasília ai fui eu... e depos daquelas 3 semanas de ralação no curso de formação, eu parei, e pensei... acho que encerrei um período da minha vida... eu me sentia com 30. Ah , agradeço demais a Aurélio pela força que ele me deu nesse período de chegada em Brasília. Fazia 8 anos que não nos víamos. Valeuzão Aurélio !!!!

Os objetivos que eu tinha traçado foram atingidos -embora o caminho percorrido não tenha sido aquele eu tivesse traçado:
* tenho meu canto
* me firmei profissionalmente
* estou numa cidade onde posso me dedicar ao meu projeto de vida: passar no concurso do Instituto Rio Branco.

Mas agora para esse próximo período estou um pouco desnorteado, confesso...
* Será que realmente quero ficar mudando de tempos e tempos, e sempre ter que recomeçar minha vida social?
* Se não for isso o que eu quero, o que é então?

Mas essas indagações ficam para outros posts...

abraços !!!!