Esse dia 17/07 finalmente corri a minha 1a maratona. E que sofrimento... apesar de estar preparado, de ter treinado direitinho para esse desafio, domingo não foi meu dia... mas vamos lá...
Na largada eu já tinha percebido que não estava tão bem quanto o Luciano de sempre. Meu coração quando não estou em exercício bate em torno de 75 bpm. No ônibus, na ida para a largada, no Recreio, já estava em 110...
Largamos eu, Marcelo e Paulo. 5000 participantes, um cenário lindo. Apesar de ser inverno no Rio, o sol deu as caras, e a temperatura estava agradável, em 24º. Até a saída da Barra, estava tudo tranquilo, estávamos os três correndo juntos. Nosso ritmo até o km 5 foi de 5:30, depois subimos para 5:15, chegando a 5:00 em alguns trechos. Nessas velocidades meu coração ão chega a entrar em L3 (a partir de 163 bpm), mas eu no km 10 já estava com 167 bpm... será que eu aguentaria? Eu podia ter diminuido o ritmo, mas estava me sentindo bem e continuei...
Entre os km 22 e 25, quando estávamos passando da Barra para São Conrado, e entramos em um túnel, a organização da prova colocou um jogo de luzes e música clássica para animar o espírito dos atletas. Nessa hora me arrepiei todo!!!
Chegamos os três juntos na Niemeyer, entre São Conrado e o Leblon. Subimos em um ritmo forte. Na descida o Paulo decidiu ficar para trás e se poupar e eu e Marcelo puxamos forte na descida.
Em Ipanema, por volta do km 32, eu já não conseguia abrir minha passada... as passadas eram cada vez mais curtas. O coração já batia 184 bpm. Num ponto de hidratação, Marcelo seguiu em frente, e eu decidi diminuir para ganhar fôlego. Nessa hora já não aguentava mais o sabor do GU e Gatorade...
Dai em diante, por mais que faltassem menos de 10km para terminar a prova, minhas pernas foram falhando... meu ritmo foi caindo... caiu para 5:30, no km 37 caiu para 6:00, no km 38, já estava em 7:00 min/km... eu já corria gemendo de dor... entre palavrões e Pai Nossos eu me repetia 'Não pare, não pare... falta pouco... falta menos de uma volta pequena no parque..." ... mas a dor continuava... as pernas não subiam mais, eu me arrastava...
Paulo me alcançou e ainda tentou me animar e me puxar... mas eu não dava conta... assim ele foi seguindo em frente e eu fui lutando contra a dor e a vontade de desisitir. Eu chorava de tempos em tempos, mas ia seguindo em frente.
As pessoas que viam a prova iam dando apoio, dizendo para aguentar firme que a chegada estava "logo ali". Os dois últimos km eram infinitos...
O pessoal da TIME que estava na barraca gritou muit também, e a energia deles me animou a ir. Dai a pouco o Filipe já gritava " Força guerreiro, tá chegando!!!! Superação!!!".
Foi ai que cheguei... 3h50min depois estava concluída a prova. Filipe e a mã dele, Luzia, me abraçaram forte, e eu chorei, chorei muito... era um misto de tudo... dor, fé, alívio... eu não conseguia mais andar, tive que ser amparado por Filipe. Dai chegaram meus amigos, e todos me abraçaram forte também, não pude conter as lágrimas !!!
Logo após a prova, se me perguntassem se eu faria outra maratona, a resposta seria NÂO. Eu estava lá, quebrado, dolorido, "quase k@g@do" (com o perdão da escatologia, mas o intestino fica acelerado depois disso tudo), suado... depois de um banho quente meu espírito já estava melhor e eu começava a absorver as lições da prova. Humildade (rsrsrs dessa vez com "hu" mesmo)... essa é a maior de todas. Superação... essa a segunda!
Hoje, três dias depois (ainda quebrado!) já penso nos treinos para uma futura maratona (só próximo ano) e dessa vez entrarei de outra maneira, e com outra estratégia.
Mas é isso galera! Agora é descanso, e aos poucos volto aos treinos!
cheers!!!
E aeeeee galeritos!?!?!
